Tendinite é uma inflamação do tendão (uma estrutura composta por fibras resistentes, tecido conjuntivo, colágeno e uma espécie de ligamento que une o músculo ao osso). Os tendões são responsáveis por fixar toda essa estrutura aos ossos e estão localizados nas regiões dobráveis.
A inflamação causa muita dor, inchaço e edema do tendão, podendo ocorrer em qualquer região do corpo. Contudo, costuma aparecer principalmente no ombro, no cotovelo, no punho, no joelho e no tornozelo.
A causa está no uso excessivo do tendão e na realização de movimentos repetitivos sem descanso ou alongamento. É muito comum em funcionários que executam funções contínuas ou em atletas amadores que, sem o devido preparo físico, se esforçam além da conta.
Os tendões auxiliam no processo de transmissão das forças dos músculos até os ossos. Por isso, estão submetidos à tração e a estresses mecânicos durante grande parte do tempo. Quando esse procedimento se dá de maneira intensa e repetida, pode levar a um quadro de fissuras, degenerações e inflamações do tendão.
À medida que o corpo vai envelhecendo, os tendões começam a perder a elasticidade, de modo que o risco de surgimento das tendinopatias se torne maior. Nesse sentido, a tendinite pode ter duas causas: a mecânica e a química.
A mecânica é provocada devido à realização de movimentos e de esforços prolongados, contínuos e repetitivos sobre o tendão. A causa química acontece devido a fatores e reações bioquímicas internas do corpo, como a alimentação incorreta e a produção e liberação de substâncias tóxicas pelo organismo, além da falta de drenagem adequada, o que gera a desidratação dos músculos e dos tendões.
Sendo assim, a prática de exercícios físicos como corridas, basquete e vôlei pode sobrecarregar os tendões e causar a tendinite. Além disso, os indivíduos que apresentam sobrepeso, obesidade ou têm uma musculatura fraca e pouco trabalhada também podem desenvolver a tendinite com mais facilidade.
A tendinite é, muitas vezes, confundida com a artrite reumatoide devido à semelhança dos sintomas e das causas. Contudo, a diferença é facilmente percebida por meio de diagnóstico médico e após a realização de exames próprios — ultrassonografia e radiografia, por exemplo.
Falta de alongamento muscular que causa sobrecargas no tendão;
Envelhecimento — os tendões vão perdendo a flexibilidade à medida que envelhecemos. Isso os torna mais suscetíveis ao surgimento de lesões;
Doenças como diabetes e artrite reumatoide;
Postura inadequada — causa sobrecarga, maior atrito e lesão dos tendões;
Estresse — causa fadiga e contraturas musculares, muitas vezes involuntárias;
Doenças autoimunes — as células de defesa do organismo confundem os tendões como uma estrutura desconhecida e agem com o intuito de destruí-las;
Movimentos repetitivos e esforço vigoroso, principalmente devido ao trabalho excessivo;
Praticantes de esportes como corrida, tênis, natação, basquete, golfe, beisebol etc.
A tendinite apresenta diversas manifestações clínicas que variam conforme o grau de avanço da doença. É possível que a condição passe de leve para crônica caso o paciente não trate o problema. Assim, os sintomas podem ter a duração de apenas alguns dias e semanas ou perdurar por anos.
Dor no tendão que pode irradiar para a musculatura do entorno e que se torna mais forte conforme a área acometida é movimentada;
Sensação de que o tendão está crepitando quando se move;
Inchaço na região afetada;
Vermelhidão e calor na área acometida;
Aparecimento de um caroço por toda a região do tendão;
Diminuição da força;
Atrofia da musculatura, em casos mais graves;
Caso haja a ruptura do tendão, é possível sentir uma abertura ao longo dessa linha.
De qualquer forma, o quadro clínico e os sintomas específicos variam conforme o tipo de tendão atingido. Assim, no caso da tendinopatia do manguito rotator, por exemplo, a pessoa sente uma dor profunda no ombro ao fazer movimentos com o braço.
Por sua vez, na tendinopatia patelar, há uma dor intensa na região anterior do joelho sempre que o indivíduo se levanta ou faz caminhadas. No caso do tendão de Aquiles, ocorre dor, inchaço e o engrossamento dessa estrutura.
O recomendado é sempre buscar o apoio de um profissional capacitado ao menor sinal de tendinite. Os mais indicados para realizar o diagnóstico são o médico ortopedista e o fisioterapeuta. A investigação do problema é feita por meio de exames, apalpamento da região afetada e estudo clínico sobre os hábitos do paciente.
A tendinite é diagnosticada a partir de exames e da análise do histórico e estilo de vida do paciente. Além disso, o médico faz uma observação e um toque na região, com o intuito de buscar o foco dos sinais de dor e sensibilidade, conforme o tipo de tendão.
Isso acontece porque as pessoas que sofrem de tendinite apresentam um ruído característico durante a movimentação da região afetada. O som é causado pelo engrossamento da bainha do tendão. Assim, a tendinose, por exemplo, pode ser detectada com um simples exame físico.
Em casos de dúvidas ou de dificuldade no diagnóstico, é necessário realizar exames de imagem, como ultrassonografia e ressonância magnética, que conseguem identificar inchaços e edemas na região da bainha do tendão. Além disso, o raio-x é útil para revelar a existência de depósitos de cálcio em torno do tendão, o que auxilia na confirmação do diagnóstico.
Você pode cuidar do seu corpo para evitar o surgimento desse problema tão incômodo e dolorido. Conheça algumas maneiras de se prevenir contra o aparecimento da tendinite:
Manter uma alimentação saudável e balanceada, com vitaminas e fontes de cálcio e ferro;
Praticar exercícios com o objetivo de fortalecer os músculos e os tendões;
Evitar movimentos repetitivos. Caso isso seja impossível, o ideal é fazer pausas e intervalos significativos para diminuir os riscos;
Realizar exames de rotina com regularidade;
Dar atenção ao alongamento e ao resfriamento do corpo antes e depois de praticar qualquer atividade física. Muitos “atletas de final de semana” não dão a devida importância a esse cuidado;
Manter uma postura ereta e evitar sobrecarregar diferentes regiões do corpo;
Manter a diabetes controlada, bem como outras doenças.
Conheça alguns hábitos que ajudam a evitar o reaparecimento da tendinite:
Correção da postura;
Desenvolvimento de campanhas de ergonomia no trabalho;
Alongamento dos músculos com frequência;
Fortalecimento da musculatura;
Inclusão de intervalos na rotina de trabalho;
Procedimentos cirúrgicos conforme a necessidade individual de cada paciente. Por exemplo: descomprimir o tendão, liberar aderências e reduzir as inflamações na região em torno do tendão, ressecar fibrose, retirar as calcificações etc.
Apenas o médico tem condições de indicar o melhor medicamento para cada caso. Somente ele saberá definir a dosagem correta e o tempo de duração da abordagem terapêutica.
Confira algumas abordagens para aliviar ou reduzir os sintomas da tendinite e a possível inflamação.
Calor e frio
Uma bolsa com gelo ou água quente alivia os sintomas de dor e de inchaço no local abalado.
Analgésicos
Medicamentos anti-inflamatórios podem ser usados conforme a orientação médica.
Injeções de corticosteroides
A injeção alivia os sintomas de tendinite. Contudo, é importante ter cautela nas aplicações porque enfraquecem o tendão e podem gerar rupturas.
Fisioterapia
O profissional fisioterapeuta manuseia e aplica massagens sobre o local afetado, causando alívio, acelerando a cicatrização e fortalecendo a musculatura e os tendões da área.
Descanso
A área acometida pela tendinite precisa de repouso e relaxamento. Nesse sentido, dar uma pausa nos hábitos que levaram ao problema é essencial para o tratamento surtir efeito. Ou seja, o paciente deve tirar férias ou licença caso o motivo da lesão tenha sido a realização de movimentos repetidos.
Da mesma forma, se a tendinite foi causado por uma lesão esportiva, a pessoa deve parar de praticar esportes por um tempo. Caso a interrupção não seja possível, é fundamental reduzir a intensidade da atividade para evitar maiores complicações no futuro. Uma boa ideia é utilizar bandagem, tala ou cinta com o intuito de diminuir a movimentação da musculatura e dos tendões na região.
Caso o indivíduo não procure o tratamento adequado ou não siga as recomendações médicas, a tendinite pode piorar e trazer problemas sérios que demandam a realização de cirurgias de correção. É provável que a pessoa sofra com ruptura no tendão, enfraquecimento e atrofia dos músculos ao redor da área, por exemplo.
Tendinite de Aquiles — tendão situado entre o calcanhar e o músculo da panturrilha;
Tendinite do Manguito Rotador — chamado de “ombro de tenista”;
Epicondilite Lateral ou Medial — conhecida como ”cotovelo de tenista”;
Epicondilite Medial — conhecida como “cotovelo de golfista”;
Tenossinovite Estenosante de DeQuervain — tendão entre o polegar e o pulso;
Dedo em Gatilho — a bainha do tendão da palma da mão fica grossa e inflamada, formando nódulos.
A tendinite é uma doença que tem cura. No entanto, para que o paciente consiga melhorar o quadro e se restabelecer totalmente, é essencial seguir à risca as determinações médicas e evitar os esforços físicos que causaram o problema, pelo menos até que o tendão se recupere, de fato. São cuidados muito importantes para prevenir o surgimento de lesões crônicas e até mesmo a ruptura do tendão.
Dr. Ricardo Fávero é um ortopedista que atua há mais de 30 anos em Varginha, especialista em tratar doenças ortopédicas no quadril e joelhos. Entre em contato conosco e agende a sua consulta por meio dos telefones (35) 3212-7225 - (35)3212-7966. O consultório fica na Rua Irmãos Mário Esdras, 42 - Vila Pinto - Varginha/MG. Atendemos pelos seguintes convênios: UNIMED, CASSI, FUSEX, SPA, PLAMAF, LUTOPAX, SERPRAM E REGIONAL VIDA.