Alguns pacientes de covid-19 permanecem com dor, mesmo após a cura da doença. A dor após a infecção pode ser de três tipos diferentes: a covid-19 pode piorar uma dor crônica que o paciente já tinha, o próprio vírus pode causar uma inflamação no músculo e o paciente pode ter dor devido aos procedimentos necessários para o tratamento, como internação, sedação, intubação e utilização de bloqueadores musculares.
Cerca de 20% da população tem dor crônica, ou seja, cerca de um quinto a um quarto dos pacientes podem ter a dor agravada, pode ser a enxaqueca, dor na lombar, dor muscular generalizada.
Ainda não se sabe por quanto tempo a dor após a covid-19 pode perdurar. Estudos preliminares feitos em países nos quais o pico de contaminação foi em março mostraram que em julho alguns pacientes ainda sentiam dores.
Uma pesquisa da USP (Universidade de São Paulo) sobre dores causadas pela covid-19 está avaliando os pacientes com a doença que foram internados em UTI e pacientes de outras doenças que foram internados na mesma UTI, sob as mesmas condições e medicações.
Não há nenhum outro trabalho similar a esse. Ter essa avaliação também dos pacientes que não pegaram o coronavírus vai possibilitar verificarmos o que realmente é consequência da covid-19 e o que é decorrente da própria internação.
A intensidade da dor varia muito de paciente para paciente, cerca de 15% a 20% dos infectados sentem dores fortíssimas.
O tratamento varia para o tipo de dor que o paciente sente. Dores neuropáticas são tratadas com medicação e podem ser um efeito direto do coronavírus.
Dores de fadiga muscular, quando acontece no corpo inteiro e é acompanhada de cansaço, é tratada com analgésicos, fisioterapia e atividade física. O mais intuitivo é que a pessoa que está com dor fique em repouso, mas isso é catastrófico. Com o repouso, se perde condicionamento físico, perde elasticidade, aumenta o risco de ficar deprimido, de ganhar peso, tudo isso pode aumentar a dor.
Por último, a dor musculoesquelética, mais localizada em articulações ou membros específicos, como nas pernas, pode ser tratada com analgésico e meios físicos, que incluem fisioterapia analgésica, acupuntura, ventosas, hidroterapia e massagem.
O melhor tratamento é de longe a combinação de um pouco de analgésico com os meios físicos e a atividade física.
A acupuntura possui um mecanismo parecido, mas, além de provocar a contrairritação, a agulha também ajuda a relaxar possíveis contraturas musculares locais. A massagem também possui essa função de relaxar a musculatura local.
Já a hidroterapia funciona por meio da mudança de temperatura no local da dor. A pessoa é submersa em água quente, o que faz com que os nervos locais, que disparam a informação da dor para o cérebro, diminuam sua atividade.
A mudança de temperatura para frio é mais utilizada quando existe uma inflamação local.
Se você teve covid-19 e sofre ainda com dores decorrentes da doença, procure a ajuda médica para orientá-lo quais procedimentos realizar para resolução do problema.