A bursite no ombro resulta de uma inflamação das bolsas sinoviais (ou bursas) que existem à volta desta articulação e dos tendões da coifa dos rotadores.
É uma das causas mais frequentes de dor nesta articulação. Pode ser bilateral, atingindo quer o ombro esquerdo quer o ombro direito.
Pode cursar de uma forma aguda ou evoluir para uma bursite crónica no ombro.
Bursite subacromial
São várias as bursites que podem ocorrer no ombro consoante é afetada uma ou outra bolsa sinovial.
As mais frequentes são aquelas que atingem a bursa subacromial subdeltóideia formando o que vulgarmente se denomina como bursite subacromial.
Bursite no ombro - sintomas
A bursite do ombro apresenta um quadro clínico semelhante ao da tendinite no ombro.
Os sintomas mais característicos são a presença de dor de tipo inflamatório, localizada na face antero-lateral do ombro, eventualmente irradiando para o braço e cotovelo. O seu agravamento é especialmente sentido com a realização de esforços ou durante a noite, impossibilitando o doente de dormir sobre o ombro afetado.
É também característica da bursite do ombro, a presença de crepitação que é palpável, ou percetível pelo paciente, ao fazer a mobilização da articulação.
As causas mais frequentes de bursites no ombro são os traumatismos e esforços repetidos, como os que ocorrem com determinadas atividades laborais (pintores ou estucadores, repositores de armazéns, etc) ou com a prática de certos desportos, como musculação, natação ou outros praticados com o braço acima da cabeça (“overhead sports”).
Também certas doenças reumatismais (como, por exemplo, artrite reumatóide, gota, lúpus, artrite psoriática) cursam frequentemente com bursites (nomeadamente subacromiais).
O diagnóstico desta patologia faz-se, essencialmente, através de um exame clínico cuidadoso, efetuado pelo seu médico especialista de ombro.
Os exames a efetuar posteriormente poderão ser uma radiografia que ajuda a excluir outras causas de dor no ombro (como artrose ou tendinite calcificante) e uma ecografia do ombro que facilmente visualiza o líquido na bursa subacromial (provocado pelo derrame inflamatório).
A ressonância magnética nuclear (RMN) do ombro é, no entanto, aquele que apresenta uma melhor acuidade diagnóstica, obtendo imagens de alta resolução das estruturas musculo-tendinosas envolventes e despistando qualquer patologia intra-articular.
A bursite no ombro tem cura. Saiba, de seguida, como tratar a bursite no ombro.
A medicação ou remédio mais usualmente usados para o tratamento da bursite no ombro são os anti-inflamatórios. Os mais comuns são o ibuprofeno, diclofenac, naproxeno, entre outros. A sua toma tem como objetivo aliviar a dor e diminuir a inflamação sempre presente nestes quadros. A sua aplicação pode ser tópica sob a forma de cremes (ou géis), ou pensos impregnados que vão fazendo uma libertação prolongada destes agentes na zona afetada.
O doente pode também tomar estes medicamentos sob a forma oral (em cápsulas ou diluídos), com o cuidado de o fazer após as refeições ou precedido da toma de protectores gástricos, de forma a evitar a agressão das mucosas gástrica ou duodenal.
A fisioterapia é essencial para manter a função articular e ajudar a controlar a dor. Um tratamento fisioterapêutico bem orientado, com exercícios adequados, pode prevenir a instalação de um quadro de rigidez marcada no ombro, habitualmente chamado de capsulite adesiva ou retrátil (ombro congelado ou “frozen shoulder”). Este obrigaria a prolongar o tratamento para a sua completa resolução.
Em casos de dor muito aguda e incapacitante, ou renitente a qualquer outro tratamento não invasivo, a infiltração ou injeção local de corticosteróides diluídos em anestésico local, poderá ser uma arma terapêutica a utilizar pelo seu médico ortopedista de ombro para debelar o quadro. A sua instituição deverá ser criteriosa e sempre ponderados os prós e os riscos da sua aplicação.
A artroscopia do ombro (cirurgia) reserva-se para os casos resistentes ao tratamento médico ou que apresentam simultaneamente outras patologias, como roturas da coifa dos rotadores ou artrose.
Esta operação realiza-se com recurso a técnicas mini-invasivas que permitem uma excelente visualização articular, realizando uma agressão cirúrgica mínima e proporcionando assim um pós operatório bem tolerado e uma reabilitação mais fácil e rápida.
Deverá ser efetuada em centros especializados e por equipes experientes (nomeadamente de ortopedia, anestesia e enfermagem) para permitir obter os melhores resultados.